segunda-feira, 1 de maio de 2023

Fráguas

Um Bolembreano num local cheio de história e, ao mesmo tempo, tão natural, o Cabeço das Fráguas é um antigo castro que poderá remontar à idade do bronze e que é uma das maiores evidências da presença dos Lusitanos na Península Ibérica.

Da estreita estrada que liga as aldeias da Demoura e Bendada, avista-se imponente a colina mas o acesso ao cimo desta é feito por trilho livre, não havendo nenhum previamente marcado, pelo meio da vegetação e das rochas, algumas delas fragmentos das antigas muralhas e que acabam por ser um desafio extra para o caminhante.

No seu alto tem-se uma vista desafogada que abrange territórios tão distintos como as serras de Espanha e as planícies raianas (E), a Serra da Estrela (O), a Guarda (NO) e a Cova da Beira (S).

O local foi alvo de escavações arqueológicas, no entanto, as ruínas foram recobertas com a mesma terra por forma a prolongar o seu estado de preservação. Fica apenas à vista a célebre laje com as inscrições tipo "porcom", invocando as divindades Lusitanas:

OILAM. TREBOPALA.
INDI. PORCOM. LAE(uel B)BO.
OMAIAM. ICCONA. LOIM/INNA. OILAM. VSSEAM.
TREBARVNE. INDI. TAVROM./ IFADEM [...?]
REVE. TRE [...]

Que segundo uma das traduções mais consensuais:

“A Trebopala uma ovelha e a Laebo um porco,
a Iccona Loiminna uma vaca,
a Trebaruna uma ovelha de um ano
e a Reva Tre-(?) um touro de cobrição”

Localização: Local arqueológico do Cabeço das Fráguas, Santana da Azinha/Adão/Benespera, Guarda

Coordenadas: 40.425151, -7.222495

Altitude: 1018 m

Carta Militar: 214

Ordem: 3

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